quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cléricos Iraquianos decidem aumentar o controle sobre as escolas


As autoridades religiosas do Irã começaram a tomar maior controle sobre as escolas públicas do país em uma tentativa de combater ideologicamente a influência do Ocidente sobre os jovens.
O plano parece ser uma tentativa de contra-atacar a oposição e os grupos reformistas, que protagonizaram uma série de protestos sem precedentes desde as eleições presidenciais de junho.A oposição alega que a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que está na Venezuela em visita oficial nesta quarta-feira (25), foi fraudada.
Recentemente, os líderes religiosos iranianos enfatizaram a necessidade de combater o alcança da mídia, das opiniões e da cultura ocidentais. Além do maior controle nas escolas, mais sites foram bloqueados para os usuários de internet e os poucos noticiários mais liberais foram fechados.
O religioso Ali Zolelm, que dirige um comitê de escolas e seminários, disse que os clérigos muçulmanos já aumentaram o controle sobre algumas escolas, de acordo com o jormal "Etemad".
O novo plano para as escolas públicas é visto como uma forma de enrijecer a orientação religiosa da educação, tentando remediar a distância crescente entre os clérigos e muitos jovens de postura secular. O foco deve ser a educação infantil.
"O inimigo colocou uma guerra de ideias em sua agenda e a maior prioridade hoje é lutá-la", disse nesta quarta-feira o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do regime iraniano, na TV estatal.
Dissidência
A fim de neutralizar dissidências no país, a liderança islâmica do Irã decidiu que o ex-presidente Hashemi Rafsanjani não estará à frente das orações do festival Eid al Adha pela primeira vez desde 1979, o ano da Revolução Islâmica.
A Festa do Sacrifício, em tredução para o português, celebram a obediência de Abraão a Deus aceitando matar o próprio filho por ordem divina.A decisão dos aiatolás se justifica por declarações do ex-governante que favoreciam os manifestantes que alegam que o resultado das eleições de junho foram fraudadas.
O clérigo, empresário e político de 75 anos seria uma figura dissidente dentro do próprio grupo de religiosos que decidem as questões de Estado no país. Rafsanjani está á frente do único grupo capaz de tirar o aiatolá Khamenei do poder - a Assembleia dos Especialistas - e há indícios de que ele teria consultado outros membros sobre uma punição ao líder supremo depois das eleições.
"Eles não podem fazê-lo desaparecer, mas estão tentando colocá-lo em quarentena", disse Alireza Nourizadeh, pesquisador do Centro de Estudos Árabes-Iranianos em Londres, no Reino Unido.
"Provavelmente não há ninguém que coloque mais medo na elite governante do que Rafsanjani. Esta é uma tentativa de deixá-lo longe dos olhos públicos o máximo possível."
Nesta quarta-feira, o principal nome da oposição a Ahmadinejad, Mir Hossein Mousavi, deu uma declaração criticando a Guarda Revolucionária, a força de elite militar iraniana, e as milícias Basij.
"Alguém que rejeita a superstição em nome da religião deveria ser espancado nas ruas, torturado na prisão e sentenciado a longas penas de cadeia? O Islã permite que pessoas que procuram a justiça de seus líderes sejam mortas?", disse Mousavi.
A oposição iraniana afirma que pelo menos 72 pessoas morreram durante a violenta repressão aos protestos que se seguiram ao pleito que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad como presidente, e muitos manifestantes sofreram abusos nas prisões.
*Com informações da AP

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